
Enart 2012...
No final do século XVIII a Vila do Rio Grande estava tomada por espanhóis, que ocupavam o território há 13 anos.
Treze anos de total abandono, descaso, estagnação, pois os interesses no referido território eram apenas militares, por sua localização estratégica e pela possibilidade de um porto livre.
O silêncio que reinava durante mais de uma década entre as duas porções de terras, Rio Grande e São José do Norte, separadas por um canal com pouco mais de um quilômetro de largura, só foi quebrado graças a um plano meticulosamente arquitetado pelos portugueses, que foi colocado em prática em 1776.
Em São José do Norte, soldados portugueses vestidos com trajes de gala soltavam fogos, acendiam fogueiras, dançavam e cantavam. Era o aniversário da rainha de Portugal, Mariana Vitória. Do outro lado do canal, em Rio Grande, os espanhóis despreocupados, aliviaram a guarda, pois acreditavam que os portugueses não atacariam no outro dia, porque estariam cansados da festa, no entanto, tudo não passava de pura encenação.
O plano malicioso do comandante-geral Johann Heinrich Bohm, um alemão contratado pela Corte de Portugal para reconquistar Rio Grande e auxiliado pelo Brig. Rafael Pinto Bandeira, foi posto em prática na madrugada do dia 01 de abril. Os soldados portugueses se apossaram dos fortes Santa Bárbara e Trindade, até então, dominados pelos castelhanos. O pavor tomou conta do inimigo. Houve violenta batalha, com centenas de baixas de ambos os lados. Percebendo a desvantagem, os espanhóis trataram de fugir para o Uruguai. Assim, Portugal consegue a retomada do território e a Vila do Rio Grande festeja seu “renascimento”.
Posse esta que posteriormente, confirmou-se com a assinatura do Tratado de Santo Idelfonso (1777) e depois com o Tratado de Badajós (1801).
Contudo, estava mantida, para sempre, a soberania portuguesa na cidade gaúcha mais antiga do Estado.
Elisangela Gonçalves Macedo
Diretora Cultural do DTG


