
Apresentação
“[…] Talvez um dia seja bom relembrar este dia…” não pelo que ele representa em si, mas pelo que ele representa ao longo dos anos.“[…] Não sei ver nada do que vejo. Vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças.” No entanto, todos nós temos as nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam para trás – são chamadas de memória. Outras, no entanto, nos levam para frente, essas são chamadas de sonhos. O hoje é resultado de braços que sustentaram firme os percalços da vida, defendendo uma bandeira, que para nosso orgulho surge ostentada por uma escola, Cipriano Porto Alegre… Ao pôr os pés no tablado em nome da expressão cênica que nos caracteriza, sonho e realidade se misturam, pois a força criadora entre sonhado e realizado passa essencialmente pela determinação de cada um de nós. Embora o espírito estremeça à lembrança e seja avesso ao pranto… lutarei, defenderei e recomeçarei caso seja necessário o sonho um dia suplantado. Embora o sol que habita as lembranças daquela luz de outrora que permanece no passado, ela reviverá hoje para se tornar amanhã. Como se tivesse vivido o teu passado, meu Rio Grande, nós do Departamento de Tradições Gaúchas Estância de São Pedro contamos a tua história, num brado mais forte que as próprias raízes!”
[…] Desde aquele sublime acontecimento, apareceu-me uma maravilhosa visão, na qual vi coisas que me decidiram a não falar desta máquina do tempo dos nossos sonhos e das nossas memórias, enquanto não pudesse fazê-lo mais dignamente. O projeto cultural Saudades da Minha Terra: resgatando a cultura gaúcha na cidade do Rio Grande, é o resultado desta longa espera. (Cadernos de Anotações, Coimbra, 1 de Setembro de 2014, véspera da Inter-Regional de Camaquã)
